sexta-feira, 7 de março de 2008

JOÃO VICTOR - APROVAÇÃO PRECOCE NA UNIP.


Aluno de oito anos passa no vestibular para Direito



Uma criança de apenas oito anos foi aprovada no vestibular para o curso de Direito da Universidade Paulista (Unip), de Goiânia. João Victor Portelinha de Oliveira fez a inscrição, na quinta-feira (28/2), pela internet. No dia seguinte, apresentou-se na faculdade para fazer a prova e, na segunda-feira (3/3), recebeu o resultado: aprovado.
O site de notícias G1 informa que o sonho do menino é ser juiz federal. Para a mãe de João Victor, Maristela Portelinha, o filho não é superdotado, apenas interessado e motivado.
O garoto afirma que sempre foi um bom aluno na escola. Segundo João Victor, as perguntas do exame estavam “tranqüilas” e o tema da redação era sobre uma matéria de jornal que falava sobre pessoas que gastam dinheiro coisas inúteis. “Era para escrever carta sobre a matéria”, afirmou.
A faculdade reconheceu que João Victor fez uma boa prova. “O desempenho do estudante, levando em consideração sua idade e escolaridade, foi bom, especialmente na prova de redação, em que revelou boa capacidade de expressão e manejo eficiente da língua. A singeleza do conteúdo não destoava da linguagem simples, direta, coloquial, com poucos deslizes em relação à norma culta. Este fato o torna merecedor de um acompanhamento especial em seus estudos”, afirmou a faculdade em nota.
O garoto chegou a se matricular e pretende cursar a faculdade e, simultaneamente, concluir o colégio. Mas não poderá fazer isso. De acordo com o comunicado da Unip, ele “participou do processo seletivo na condição de ‘treineiro’, numa prática adotada por várias universidades públicas e privadas”. Assim, não poderá fazer o curso. A faculdade informou que vai devolver o dinheiro da matrícula.
A presidente do Conselho Estadual de Educação de Goiás, professora Maria do Rosário Cassemiro, afirmou que o estudante não pode ser matriculado, devido a um artigo da Lei de Diretrizes e Bases. Para cursar o ensino superior é preciso que a pessoa tenha concluído o ensino médio.
Até o momento, a família não pretende entrar na Justiça para garantir a vaga do filho, pois entende que ele já cumpriu todas as etapas necessárias.
Reação da Ordem
A OAB faz campanha há tempos contra faculdades particulares. Em Goiás, não é diferente. Para a OAB goiana, a aprovação de uma criança de oito anos no vestibular de Direito é preocupante. Segundo presidente da seccional, Miguel Cansado, o fato só comprova o que a OAB vem alertando acerca da baixa qualidade e da “mercantilização” do ensino jurídico. “O referido fato, por si só, caso seja comprovado, merece que a instituição de ensino sofra imediata intervenção do MEC para que se verifique se casos semelhantes ocorrem com freqüência e em que circunstância o episódio ocorreu”, afirmou.
De acordo com a seccional, é preciso ter maior rigor na fiscalização das instituições de ensino superior por parte do Ministério da Educação e que sejam punidas aquelas que tratam o curso de Direito com interesse meramente mercantil, “desrespeitando a relevância da boa formação do bacharel para a sociedade”.
Revista Consultor Jurídico, 6 de março de 2008
SÔBRE A UNIP ...

Unip, de Portellinha, tem índice pífio de aprovação na OAB
Brasília, 07/03/2008 – A Universidade Paulista (Unip), que aprovou no seu último vestibular para a Faculdade de Direito de Goiás uma criança de oito anos – João Victor Portellinha de Oliveira – obteve resultados pífios no exame de Ordem unificado realizado em janeiro último. Entre 538 alunos da Unip que prestaram o exame nos estados de Goiás, Amazonas e no Distrito Federal, apenas 118 bacharéis conseguiram aprovação, perfazendo a média de 21.93% de aprovação. Os dados nos Campi da Unip no estado de São Paulo não foram computados porque a Seccional paulista da OAB ainda não aderiu ao exame unificado promovido pelo Conselho Federal da entidade.Em Brasília, 257 alunos da Unip se inscreveram no exame, 251 fizeram a prova e 71 conseguiram êxito, totalizando 28,29% de aprovação na primeira etapa. Em Goiás, 126 estudantes se inscreveram, 124 prestaram o exame e apenas 25 conseguiram aprovação, perfazendo 20,16% de aprovação. Foi em Manaus que a Unip registrou o seu pior resultado. Dos 163 bacharéis em Direito que se submeteram à prova (de um total de 171 inscritos), apenas 22 conseguiram êxito, totalizando meros 13,50% de aprovação no exame unificado. A primeira fase a que se refere a estatística foi realizada no dia 20 de janeiro deste ano em todos os Estados que adotaram o Exame de Ordem unificado, ou seja, com provas aplicadas no mesmo dia e com conteúdo igual para todas as Seccionais.
PROMOTORIA - UNIP E MEC
Promotoria investiga Unip que aprovou menino de 8 anos em vestibular
da Folha Online
O Ministério Público Federal em Goiás anunciou ontem (7) a decisão de investigar a Unip (Universidade Paulista) de Goiânia por suspeita de mercantilização da prestação de ensino. Foi a Unip que aprovou o menino João Victor Portellinha, 8, no vestibular de direito. Ele chegou a ser matriculado. O menino desistiu do curso.
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De acordo com o MPF, a intenção é a de que o Ministério da Educação fiscalize a Unip por 20 dias, para verificar a regularidade do processo seletivo. Um ofício com o pedido foi enviado ao secretário de Ensino Superior do MEC, Ronaldo Motta.
Divulgação
O menino João Victor Portellinha, 8, que foi aprovado em direito
O curso de direito da Unip era investigado pelo MPF desde 2005, quando alunos denunciaram a repetição de matérias na grade curricular. Eles eram obrigados a cursar dois períodos em um único semestre e, depois, teriam que repetir as matérias no décimo período do curso.
A questão foi solucionada recentemente após acordo entre a direção da Unip, o MPF e alunos.
Aprovado
Portellinha, que é aluno da quinta série do ensino fundamental, foi aprovado no vestibular de direito da Unip. O pai chegou a pagar o boleto de matrícula e a levar o garoto para conhecer a faculdade na quinta-feira (6), mas foi barrado. A Unip argumentou que não podia formalizar a matrícula porque o menino não tem o ensino médio completo.
O menino e os pais foram a São Paulo para discutir o caso com a direção nacional da universidade, mas não foram recebidos até este sábado. A família desistiu de tentar matriculá-lo na faculdade e criticou a falta de atenção da instituição.
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EIS O QUE PARECE SER O FINAL ....
Publicado em : UOL ONLINE.
08/03/2008 - 15h25

João Victor, 8, desiste de cursar direito na Unip

Da Redação

João Victor Portellinha, o garoto de oito anos que prestou Direito e foi aprovado no vestibular da Unip em Goiânia (Universidade Paulista), decidiu que não fará o curso. Impedido de assistir às aulas na quinta-feira (6), ele tentava um encontro com o diretor da Universidade, José Augusto Nunes. Mas depois de algumas negativas, resolveu que não procurará mais a instituição. "Acreditamos que a faculdade não mereça o João Victor como aluno já que não teve o respeito de recebê-lo e a responsabilidade de tratar o assunto como algo sério", disse à reportagem do UOL William Ribeiro, pai do garoto. Ele descartou entrar na Justiça contra a universidade.

Publicada em: 09/03/2008

JOÃO VICTOR: FARSA OU REALIDADE?
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É no mínimo estranha, para não dizer suspeita, essa história do garoto de oito anos que passou no vestibular para a Faculdade de Direito da UNIP, em Goiânia. O menino, João Victor Portelinha de Oliveira, ainda saiu esnobando o concurso, dizendo que as provas foram fáceis e que estudou apenas uma semana. Ou esse garoto é um gênio ou essa faculdade não merece estar aberta. Nada contra o João, ele pode até estar sendo vítima de uma manipulação, mas pelo pouco que vi na TV, ele não tem nenhuma vocação para gênio. É um menino normal, com as infantilidades próprias da idade. Observa-se nirtidamente que suas declarações à TV foram influenciadas por adultos. Quanto à faculdade não tenho como fazer qualquer avaliação, mas temo que seja mais um desses balcões de ensino que proliferam pelos rincões do Brasil, despejando no mercado de trabalho pessoas inabilitadas ou as que querem simplesmente exibir um título, pregando na parece do escritório o diploma emoldurado. A faculdade alega que o regulamento permite que futuros vestibulandos possam prestar os exames a título de treinamento. Até aí tudo bem, é aceitável. Mas não é possível que o tal regulamento não imponha limites de idade ou escolaridade, não permitindo que um garoto que sequer terminou o curso fundamental possa prestar esse exame. Peço vênia aos leitores para relembrar meu concurso para a Faculdade Nacional de Direito (em algum momento da década de sessenta). Eram quatro as matérias de prova. Português, Latim, História Geral e uma língua à escolha do candidato (inglês ou francês). As provas eram todas dissertativas, não existia essa famigerada múltipla escolha, onde o preparo do candidato é substituído pela loteria das cruzinhas nos quadradinhos. Mas além das provas escritas, havia o exame oral onde o candidato sentava numa banca examinadora, formada por professores catedráticos, e era testado pelos três examinadores. Quando li a história do garoto de Goiânia, voltei no tempo e imaginei-o sentado na sala de aula, com toda carga de nervosismo que um teste desse tipo provoca no candidato, aguardando ser chamado para enfrentar a banca examinadora de latim. O coração bate mais rápido quando Wandick Londres da Nóbrega (cito esse professor, politicamente incorreto, pela fama de carrasco que tinha), chefe da banca oral de Latim, chama João Victor. Ele caminha timidamente em direção à banca e Wandick, com sua voz autoritária, manda que ele sente e sorteie um ponto. O examinador olha suas anotações e dá a ordem: “Abra aí a Eneida de Virgílio na página 127. Leia e traduza em voz alta”. Como se saíria o nosso João Victor? Não defendo o exame oral para todas as carreiras, mas em algumas, sobretudo a que forma advogados, deveria ser obrigatório. Embora eu reconheça que esse tipo de avaliação, pelos seus conceitos subjetivos, é sempre uma porta aberta para a entrada de parentes e outros apaniguados, como se suspeitava na época, quando um candidato sabidamente despreparado (desde o cursinho pré-vestibular) conseguia no exame oral a nota necessária para aprovação, sem depender do resultado da prova escrita. Mas sempre funcionava como dique que represava a passagem de incompetentes e mal preparados.Mas, voltando ao João Victor, a Faculdade, em nota oficial, declara: “O desempenho do estudante, levando em consideração sua idade e escolaridade, foi bom, especialmente na prova de redação, em que revelou boa capacidade de expressão e manejo eficiente da língua”. Diante dessa declaração, e para que os estudantes de direito de todo país não se sintam envergonhados com essa situação vexatória, a Faculdade está na obrigação de divulgar as provas de João Victor e assim dirimir de vez a dúvida: o que aconteceu em Goiânia foi real ou uma farsa? PS . Eu queria explicar p vcs minha discurcao com dr marcelo, mas eu não vou tocar mas nesse assustu. Não me interressa ficar remuendo coisas sem valor, entao marcelo para mim hoje uma pessoa mal, vingativa, que arruma pretestos para que as pessoa fiquem contra ele, se pessoa veste azul ou branco o que me enterressa. Da Big Brother Gyselle em seu blog, citado por Joaquim Ferreira dos Santos, em O Globo, 06/03/08.Tomara que Gyselle não faça o vestibular da UNIP em Goiânia. Ela corre o risco de ser aprovada. ELIAKIM ARAUJO - DIRETO DA REDAÇÃO.

COMENTÁRIO :
A vida é um ciclo constante de mudanças e não adianta antecipa - los , cada fase tem que ser vivida a seu tempo . Com certeza João Vitor Portellinha , dará no tempo certo as alegrias que seus pais tanto almejam ...
Consultor Laudizio Marquesi.

João Victor e as faculdades “caça-níqueis”
Ganhou grande notoriedade, como era de se esperar, o caso do menino de oito anos que foi aprovado em um vestibular de direito da Unip de Goiânia. Sou forçado a remar contra a maré e acreditar que não há nenhum problema nisso.
Em primeiro lugar, porque é preciso concluir o ensino médio para cursar o ensino superior. Milhares de “treineiros” fazem o vestibular todo ano, com o intuito de se preparar para o exame verdadeiro. Foi isso que o menino fez. Faz sentido fazer o teste com oito anos? Isso é para o menino e seus pais decidirem. Eu não gostaria que o meu filho dessa idade passasse por esse stress, mas temos que diferenciar opiniões pessoais de questões de Estado.
Mesmo que a faculdade fosse canalha o suficiente para ignorar esse requisito e deixasse o menino cursar a faculdade, ele ainda teria de ser aprovado pelo exame da OAB para poder exercer a advocacia.
Nem se ele cursasse a faculdade, portanto, causaria dano a alguém. Pelo contrário. Mesmo que fosse reprovado pelo exame da Ordem e acabasse sendo padeiro, toda a evidência empírica sugere que seria um padeiro melhor com o canudo do que sem ele. É claro que aos doze ou treze anos ele não poderia, legalmente, (e nem deveria) trabalhar – quer como advogado ou padeiro. Só estou querendo dizer que a aprovação do menino no vestibular não causa prejuízo social algum. Não deveria, portanto, ser assunto do MEC – mas o Ministério já declarou que vai investigar o caso, chegando ao requinte de pedir a prova e a redação do menino. Se as crianças de oito anos não conseguem, depois de dois anos no sistema escolar, ler e escrever – como ocorre com a maioria de nosso alunado – isso não causa consternação nenhuma. Se um menino da mesma idade, inteligente o suficiente para já estar na quinta série, é aprovado num concurso para pessoas de 17, aí sim precisa ser investigado e punido. Estamos, como país, com a cabeça no lugar errado.
Em tempo: se alguém quiser saber do desempenho do curso de Direito da Unip de Goiânia (ou de qualquer outro curso do país), basta perder dois minutos, ir à página do Inep na Internet, clicar no site do Enade, e colocar lá os dados do curso a ser pesquisado. O da Unip de Goiânia está lá. Existe relatório do ano de 2006. Nele transparece que a universidade não é exatamente uma Harvard, mas não está, em suas deficiências, longe da média nacional: o escore dos seus concluintes é de 42 pontos (de 100 possíveis), contra 44,7 da média nacional. O importante a notar é que a instituição ensina: os ingressantes têm nota 29,5, os concluintes 42 – uma melhoria de 42%, portanto. Superior à média nacional, de 27%. Superior, também, à média do mesmo curso de Direito, do mesmo ano, da Universidade Federal de Goiás, de 28%. Ficaria mais contente se o MEC devotasse suas energias a melhorar esse desempenho – até porque os níqueis que a UFGO consome vêm dos nossos bolsos.



EXAME DE ORDEM : INDICAMOS http://www.saberjuridico.com.br/

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