sábado, 22 de agosto de 2009

GETÚLIO VARGAS.


18 de agosto de 1954 – Deposição moral de Getúlio Vargas
No próximo dia 24 de agosto será o aniversário do suicídio de Getúlio Vargas. Para lembrar a data, o Opinião e Notícia resgata uma série de artigos do Instituto Liberal sobre o ditador.

Em mais um de seus notáveis artigos no jornal ‘Tribuna da Imprensa’, Carlos Lacerda declarou, a 18 de agosto, que Getúlio Vargas estava moralmente deposto. Os fatos lhe davam completa razão. No dia anterior, um dos membros da extinta guarda pessoal de Getúlio Vargas, então fugitivo da Justiça, fora finalmente preso. Encontraram em seu poder 35 mil cruzeiros em cédulas da mesma série que também foram achadas com o pistoleiro que confessou o crime e Gregório Fortunato, chefe da guarda do Catete. Tudo corroborava a tese de que a conspiração para matar Carlos Lacerda partira de dentro do próprio Palácio presidencial.

Nesse dia surgiram ainda outros elementos de prova da maior gravidade. Identificaram no porão do Catete documentos reveladores sobre a venda de uma fazenda para Gregório Fortunato. A transação fora realizada entre o chefe da guarda e o filho mais moço de Getúlio Vargas, Manoel Antônio. A renda de Fortunato era incompatível com a aquisição daquela fazenda, no valor de 3 milhões de cruzeiros.

Também nessa altura começaram a surgir versões que davam Bejo Vargas, irmão de Getúlio, como o mandante do crime. Era o que pensava Carlos Lacerda. O jornalista José Louzeiro, autor de uma biografia de Gregório Fortunato, também defende essa tese. Quem conheceu os antecedentes de Bejo de fato não acharia estranha a sua participação em um atentado para tirar a vida do principal líder de oposição. Afinal, Bejo envolvera-se em vários homicídios durante a ditadura Vargas, sem nunca ter sido levado a responder a um inquérito policial. Em uma ocasião, Bejo matou uma pessoa em pleno Cassino da Urca, diante de dezenas de testemunhas. A impunidade obtida noutros crimes praticados poderia tê-lo encorajado a mais um.

O mar de lama em direção ao qual Getúlio Vargas singrara, no comando absoluto de seu próprio barco, iria lhe cobrar a vida em menos de uma semana.

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