sexta-feira, 21 de agosto de 2009

VIOLÊNCIA NA GRANDE SÃO PAULO


21/08/2009 - 07h57
Carrefour afasta gerência de loja em Osasco (SP) após agressão

colaboração para a Folha Online

O Carrefour informou nesta quinta-feira que afastou a gerência de sua loja em Osasco (Grande São Paulo) e substituiu a empresa que prestava serviços de segurança para o supermercado após um cliente contar ter sido espancado por vigias da loja. Em nota, o supermercado afirma ainda que determinou o "máximo rigor na apuração dos fatos".

Momentos antes, a empresa havia divulgado uma outra nota em que informava apenas que um dos vigias havia sido afastado.

Vigilante agredido em mercado diz ter sido vítima de racismo
Januário Alves de Santana, 39, que trabalha como vigilante da USP (Universidade de São Paulo) há 17 anos, registrou um boletim de ocorrência na polícia no qual afirma ter sido espancado após ser confundido com um assaltante. Segundo ele, a agressão ocorreu quando tentava entrar em seu carro --um Ford EcoSport-- na noite do último dia 7. Santana, que é negro, afirma ter sido vítima de racismo.

"O negro com aparência humilde é o suspeito padrão. Mesmo ensanguentado, todo maltratado, ele foi tratado como suspeito até mesmo pelos policiais militares que atenderam a ocorrência, e teve que provar que o carro era seu para deixar o estacionamento", disse Dojival Vieira dos Santos, um dos advogado de Santana, à Folha Online.

Na próxima terça-feira (25), Santana deverá prestar depoimento sobre o caso no 9º Distrito Policial de Osasco, onde o caso está sendo investigado. Segundo Santos, ele tem condições de reconhecer as pessoas que o agrediram.

O advogado afirmou ainda que espera que o inquérito seja concluído em 30 dias. Quando foi agredido, Santana passou por exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal).

Santos diz que os policiais militares que estiveram no local só autorizaram sua saída do mercado após a apresentação do documento, sem prestar socorro. Segundo o advogado, Santos não recebeu atendimento e teve de se dirigir sozinho a um hospital para ser socorrido.

O advogado afirmou que pretende acionar na Justiça tanto o Estado quanto a empresa por danos morais. Na ocasião, a mulher de Santana fazia compras no mercado com os dois filhos do casal.

Em nota, a Polícia Militar informou que abriu um procedimento interno para apurar as denúncias e disse que "não compactua com nenhum tipo de discriminação".

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Santos considerou a abertura de um procedimento para apurar as acusações na polícia "positivo", mas reafirmou que aguarda uma resposta da Justiça em relação ao caso. "Nesse momento o mais importante é reconhecer os agressores e puni-los", disse. "O negro não pode mais ser o suspeito padrão [de qualquer crime]", afirmou.

"Eles [a polícia e os seguranças do mercado] pensaram que jamais um negro poderia dirigir um EcoSport", disse o advogado.

Segundo o advogado, o carro está registrado no nome da mulher de Santana, que fazia compras no mercado com os dois filhos do casal.

Confundido com ladrão, vigilante agredido em mercado diz ter sido vítima de racismo
MARINA NOVAES
da Folha Onlime

O vigilante Januário Alves de Santana, 39, acusa cinco seguranças de uma loja do supermercado Carrefour em Osasco (Grande São Paulo) de tê-lo espancado após ser confundido com um assaltante. Segundo ele, a agressão ocorreu quando tentava entrar em seu carro --um Ford EcoSport-- na noite do último dia 7.

Santana, que é negro, registrou um boletim de ocorrência na ocasião, e o caso será investigado pelo 9º Distrito Policial de Osasco. Segundo o advogado dele, Dorgival Vieira do Santos, que preside uma ONG (organização não governamental) que combate o racismo no Brasil, o vigilante foi vítima de preconceito racial tanto pelos seguranças da loja quanto pelos policiais militares que atenderam a ocorrência.




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