sexta-feira, 30 de agosto de 2013

" LEI DE TALIÃO ".

Atualizado em sexta-feira, 30 de agosto de 2013 - 19h21

"Morte não conforta família", diz advogada


Dois suspeitos de matar criança boliviana em junho foram encontrados mortos nesta sexta em CDP; suposto envenenamento é apurado

Menino de cinco anos foi morto em junho / Reprodução/Jornal da Band Menino de cinco anos foi morto em junho Reprodução/Jornal da Band
A advogada da família de bolivianos que tiveram o filho Bryan Capcha, de cinco anos, morto em uma tentativa de assalto em São Paulo afirmou que a morte de dois suspeitos de cometerem o crime "não conforta" os parentes. Patrícia Vega concedeu entrevista ao Brasil Urgente na tarde desta sexta-feira.

Segundo Patrícia, o que confortaria os parentes do garoto seriam as prisões de outros dois homens foragidos.

Um deles teria sido o autor do disparo que matou a criança.



Dois homens presos suspeitos de matar o menino foram encontrados mortos na tarde desta sexta-feira no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Santo André, na Grande Sâo Paulo. As informações foram confirmadas pela SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) de São Paulo. Há suspeitas de que os dois tenham sido envenenados, segundo informações do Brasil Urgente.

'Não quero morrer', implorou menino de 5 anos
Homem preso nega ter matado menino boliviano
Em nota, a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) confirmou as mortes, que aconteceram por volta das 14h30, e informou que vai apurar as circunstâncias em que elas ocorreram.

Dos cinco acusados de matar o menino, um acusado, menor de idade está preso e dois continuam foragidos.

O caso

O menino de cinco anos foi morto durante um assalto a uma casa de bolivianos em São Mateus, na zona leste de São Paulo. O fato ocorreu em junho.

De acordo com a polícia, seis homens invadiram a casa de uma família de bolivianos e exigiram dinheiro. As vítimas entregaram R$ 3,5 mil em espécie, mas a quadrilha desconfiou que havia mais dinheiro na residência e passou a ameaçar os pais da criança. Em um momento, um dos criminosos pegou o filho dos donos da casa e apontou a arma contra ele.

De acordo com os policiais, a criança chorava muito por causa da violência, e os bandidos chegaram a dizer que cortariam a cabeça dela caso ela não parasse de gritar.

Depois que os pais afirmaram não ter mais dinheiro, os assaltantes dispararam contra o garoto. Ele foi atingido na cabeça. O bando fugiu com o dinheiro.

Veja, abaixo, a nota da SAP na íntegra: 

Os presos Paulo Ricardo Martins e Felipe dos Santos Lima, cumprindo prisão preventiva no CDP de Santo André, foram encontrados mortos hoje, por volta das 14h30.

Outros presos solicitaram atendimento de urgência; imediatamente os agentes de segurança penitenciária os levaram à enfermaria da unidade penal, onde já chegaram sem vida. 

Providências adotadas: 

- Comunicado à Vara de Execução Criminal; 

- Comunicado à Polícia Civil e Perícia; 

- Instaurado Procedimento Apuratório Preliminar, para apontar a causa da morte;

- O caso também será apurado pela Corregedoria Administrativa do Sistema Penitenciário



30/08/2013 - 17h15

Suspeitos de matar menino boliviano são mortos em cadeia de SP

DE SÃO PAULO


 
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Atualizado às 18h35.

Os presos Paulo Ricardo Martins e Felipe dos Santos Lima, acusados de matar o boliviano Brayan Capcha, 5, foram assassinados na tarde desta sexta-feira no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Santo André, na Grande São Paulo.

Segundo funcionários do sistema prisional, ambos foram envenenados com o coquetel da morte. Trata-se de uma mistura de cocaína, viagra, água e até creolina.

Agentes penitenciários disseram que os presos estavam no pátio quando foram envenenados, por volta das 14h30. Eles chegaram a ser encaminhados para a enfermaria, mas não resistiram.

Esse método foi criado em meados da década passada por membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) para matar seus inimigos. Somente na penitenciária de Iaras (a 285 km de São Paulo), foram mortos dez presos dessa maneira.

Com esse coquetel, a causa da morte é identificada como overdose e, dessa forma, é difícil chegar à autoria do homicídio. O CDP de Santo André é dominado por integrantes do PCC.

Em nota, a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) confirmou as mortes e informou que vai apurar as circunstâncias em que elas ocorreram.

Cinco pessoas foram acusadas pela morte de Brayan. Um deles, menor de idade, está detido; dois continuam foragidos.

Reprodução/TV Globo
Documento de identidade do boliviano Brayan Yanarico Capcha, 5, assassinado durante assalto à sua casa na zona leste de SP
Documento de identidade do boliviano Brayan Yanarico Capcha, 5, assassinado durante assalto à sua casa na zona leste de SP

A advogada da família de Brayan, Patrícia Vega, disse que, para a família do jovem boliviano, a morte dos dois suspeitos isso não muda nada. "O que eles esperam é que os outros dois foragidos sejam presos", disse.

O delegado da 8ª seccional de São Mateus, Antonio Mestre Junior, disse que vai apurar o crime para saber se foi motivado pelo crime contra o menino boliviano ou se foi alguma desavença com criminosos fora do presídio. Junior disse ainda que os dois suspeitos foragidos quase foram presos durante buscas na mesma região do interior de São Paulo.

CASO

Os bandidos que participaram do crime aproveitaram a chegada de um tio da criança para invadir a residência, na zona leste de São Paulo. Os familiares de Capcha chegaram a entregar R$ 4.500, mas os bandidos, insatisfeitos, passaram a ameaçar todos dentro da casa.

De acordo com o boletim de ocorrência, o menino chorava muito no momento do assalto e os criminosos chegaram a dizer que cortariam a cabeça da criança, caso ela não parasse de gritar. Momentos antes de fugir, um dos bandidos disparou contra a cabeça do garoto.

Ele foi levado ao pronto-socorro do Hospital São Mateus pelos próprios pais, mas não resistiu aos ferimentos. Segundo um investigador, que preferiu não ter a identidade revelada, a maioria dos membros da família chegou há pouco tempo em São Paulo e ainda não fala bem português.

Segundo agentes penitenciários, membros do PCC mataram os acusados porque a facção criminosa não tolera violência contra crianças.

O suspeito foragido Diego Rocha Freitas Campos, apontado pelos investigadores como o autor do disparo que matou o menino boliviano, deixou a prisão junto com o outro foragido Wesley Soares Pedroso,19, durante a saída temporária do Dia das Mães neste ano, e não retornaram à prisão.

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