segunda-feira, 5 de novembro de 2012

CORONEL UBIRATAN

               07/11/2012 - 21h06

Por falta de provas, Cepollina é absolvida da acusação de matar o coronel Ubiratan em São Paulo

Débora Melo
Do UOL, em São Paulo
Por falta de provas, a advogada Carla Cepollina, 47, foi absolvida nesta quarta-feira (7) da acusação de assassinar seu namorado, o coronel da reserva da Polícia Militar e deputado estadual Ubiratan Guimarães.
A vítima foi baleada em seu apartamento, nos Jardins (zona oeste de São Paulo), no dia 9 de setembro de 2006. Ubiratan ficou famoso por ter sido o comandante da operação conhecida como massacre do Carandiru, que resultou na morte de 111 presos em 1992.
O júri, formado por seis homens e uma mulher, acolheu a argumentação da defesa de que não havia provas suficientes para a condenação. O placar foi 4 a 0 pela absolvição.
A contagem dos votos foi paralisada assim que a decisão majoritária foi alcançada, não sendo necessária a leitura dos demais três votos dos jurados. O julgamento começou na segunda-feira (5) e foi realizado no Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo.

Carla Cepollina, acusada de matar o coronel Ubiratan em 2006, é julgada em SP






Foto 10 de 12 - 7.nov.2012 - Assistente da acusação no caso de Carla Cepollina, acusada de matar o coronel Ubiratan em 2006, Vicente Cascione concede entrevista à imprensa no último dia de julgamento, realizado no Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste de São Paulo Mais J. Duran Machfee/Futura Press
Na segunda-feira (5), Cepollina, 46, disse que a acusação não tinha provas contra ela e que os jurados perceberam isso.

   "Eles não têm nenhuma evidência científica, absolutamente nada contra mim. Eu confio na Justiça", disse aos jornalistas na saída do plenário.


Promotor diz que não vai recorrer

Após a divulgação da sentença, o promotor do caso, João Carlos Calsavara, afirmou que a ré foi absolvida porque "quem foi julgado foi o coronel Ubiratan".
"Quem foi julgado aqui hoje foi o coronel Ubiratan. O coronel é um homem estigmatizado, é um ícone de uma de uma década que foi julgado aqui", disse Calsavara.
O promotor disse ainda que a absolvição representa "o momento do país" e disse que não vai recorrer da decisão.
"Não vou recorrer porque entendo que é o momento da vida do país, é o momento da impunidade. Eu acho que isso reflete um pensamento de que a polícia é um órgão que não é tão considerado a ponto de que policiais que são mortos a sangue frio", disse.

Defesa contesta hora da morte

Hoje, um dos advogados de Cepollina encerrou o debate da defesa com um tom agressivo. Gritando bastante, o advogado Eugenio Malavasi tentou convencer os jurados de que não havia provas contra a ré e contestou a hora da morte de Ubiratan.
As investigações apontam que o coronel morreu entre as 19h05 e as 20h26 da noite do dia 9 de setembro de 2006. Para a defesa, porém, Ubiratan morreu na manhã do dia 10.
A estratégia da defesa era provocar dúvida nos jurados com base no horário em que foi feita a necropsia --o laudo emitido não contém essa informação, apenas informa que a morte teria ocorrido no mínimo 18 horas antes da realização do exame.
“O laudo não revela a hora a hora da necropsia. Façamos, então, um exercício matemático da hora da morte do coronel”, disse Malavasi.
O corpo, que só foi encontrado na noite do dia 10, foi retirado às 2h17 da madrugada do dia 11 do apartamento do coronel e, de acordo com o advogado Malavasi, a necropsia só foi feita a partir desse horário, por volta das 4h.
Dessa forma, ainda segundo ele, o coronel pode ter morrido às 10h do dia 10 --e não na noite do dia 9.
Com isso, a defesa tentou mostrar que Cepollina não estava mais no apartamento quando o coronel foi morto, já que ela foi vista saindo do prédio na noite do dia 9.
Antes da argumentação de Malavasi, a mãe e também advogada de Cepollina, Liliana Prinzivalli, tentou descontruir a imagem de arrogante da ré e disse que “ela é apenas uma menina que estudou”.
“Eles [acusação] querem que os senhores antipatizem com ela por causa da diferença de classe”, disse, dirigindo-se aos jurados.

O caso

Cepollina era acusada de homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e sem chance de defesa). Segundo o Ministério Público, ela matou o namorado com um tiro no abdome disparado por uma das armas da própria vítima --um revólver calibre 38 que jamais foi encontrado.
De acordo com a acusação, Cepollina teria disparado contra o policial depois de uma discussão motivada por ciúme. Ela teria atendido um telefonema feminino na casa do namorado e atirou, conforme a denúncia, por ele ter rompido o relacionamento com ela.
O corpo da vítima foi localizado por assessores dele no dia 10 de setembro de 2006

 
Leia mais sobre o julgamento


05/11/2012-18h21

Defesa de acusada de matar coronel Ubiratan dispensa testemunhas


TALITA BEDINELLI
DE SÃO PAULO  - UOL.

A advogada de Carla Cepollina, 46, dispensou todas as cinco testemunhas de defesa no julgamento que decidirá o futuro da acusada de matar em 2006 o coronel Ubiratan Guimarães, comandante do Massacre do Carandiru. Para Liliana Prinzivalli, mãe e advogada de Carla, as provas já são favoráveis à filha.

Carla, que namorava Guimarães, será julgada por homicídio triplamente qualificado (por crueldade, motivo fútil e sem chance de defesa).
O julgamento começou por volta das 15h40 desta segunda-feira, no fórum na Barra Funda, zona oeste de São Paulo. Dos sete jurados selecionados, apenas uma é mulher. Segundo a defesa, a Promotoria dispensou a participação de outras mulheres porque elas são "mais emotivas e poderiam se solidarizar com Carla".
Caio Guatelli-11.jun.08/Folhapress
Justiça decide levar advogada Carla Cepollina (à esq.) a júri pela morte do coronel da reserva da PM Ubiratan
Carla Cepollina (à esq.), acusada de matar o coronel Ubiratan
A primeira testemunha ouvida foi Odete Adoglio de Campos, 85, vizinha do coronel. Ela contou que ouviu um barulho estridente enquanto assistia à novela das 19h. Pensou, primeiro, que uma pilha de pratos havia caído. Depois, achou que alguém tinha jogado uma pedra em alguma janela.
Segundo o depoimento, Odete só ficou sabendo do crime na madrugada do dia seguinte ao ouvir a notícia no rádio.
Outras duas testemunhas de acusação que seriam ouvidas hoje, Renata Madi e Fabrício Guimarães (filho do coronel), não compareceram no tribunal.
Renata Madi é promotora da Polícia Federal e, segundo a Promotoria, mandou uma mensagem de celular ao coronel no dia do crime, fato que teria desencadeado a briga entre Ubiratan Guimarães e Carla Cepollina, resultando no assassinato.
O filho do coronel teria passado mal e, por isso, não foi ao tribunal.
Por conta da baixa na lista de testemunhas, a Promotoria pediu o adiamento do julgamento, o que foi negado pelo júri.
Após 20 minutos de intervalo, o julgamento foi retomado com o depoimento de Marco Antonio Olivato, delegado que cuidou das investigações sobre o homicídio.
CARLA CEPOLLINA
Carla Cepollina, 46, responde em liberdade e nunca foi presa. Se condenada, pode ficar 30 anos na prisão.
De família rica, estudou no colégio Dante Alighieri, um dos mais tradicionais de São Paulo. Boa aluna, cursou administração na FGV (Fundação Getulio Vargas) e direito na USP.
Segundo a mãe, Liliana Prinzivalli, a filha e o coronel se conheceram por meio de um parente de Carla, da Polícia Militar. Namoraram por dois anos e meio.
Desde que foi acusada, Carla passou a trabalhar fazendo traduções e administrando os bens da família.
Liliana diz que a filha deixou de ter vida social. "Uma acusação dessa pesa muito."
Editoria de Arte/Folhapress
CRIME
Comandante da operação conhecida como massacre do Carandiru, que resultou na morte de 111 presos em 1992, o coronel Ubiratan foi baleado em seu apartamento, nos Jardins (zona oeste), no dia 9 de setembro de 2006.
A investigação da polícia apontou Cepollina como única responsável pelo crime. Ela foi a última pessoa a ser vista entrando no apartamento, e, segundo a polícia, sua motivação seria o ciúme.
Ela foi indiciada pela polícia e denunciada pelo Ministério Público sob a acusação de homicídio duplamente qualificado --por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Começa julgamento de acusada de matar coronel Ubiratan em SP
Júri da morte de coronel da PM começa nesta segunda


06/11/2012-16h33

Delegada diz à Justiça que teve relações sexuais com coronel Ubiratan


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DE SÃO PAULO
Atualizado às 16h57.
A delegada da Polícia Federal Renata Madi confirmou que teve relações sexuais com o coronel Ubiratan, comandante do Massacre do Carandiru morto em 2006 em seu apartamento.
Começa segunda sessão de julgamento de Carla Cepollina
Cepollina é expulsa de júri após se revoltar com testemunha
Defesa de acusada de matar Ubiratan dispensa testemunhas
Começa julgamento de acusada de matar coronel Ubiratan em SP
A declaração, registrada em depoimento à Justiça, foi lida no início da segunda sessão do julgamento de Carla Cepollina, nesta terça-feira (6). Ela será julgada por homicídio triplamente qualificado (por crueldade, motivo fútil e sem chance de defesa).
Carla é acusada de matar o coronel Ubiratan, com quem namorava, por ciúmes. De acordo com a polícia, momentos antes do crime, o casal teria discutido por causa do relacionamento do oficial com Madi. Naquela noite, vizinhos teriam ouvido barulho parecido com um tiro.
Renata foi convocada a prestar seu depoimento durante o julgamento mas, como não compareceu ontem ao Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, foi lido seu depoimento.
Ainda segundo o depoimento lido, Madi conhecia o coronel há pelo menos seis anos mas manteve uma relação amorosa "superficial" com ele. A delegada ainda afirmou que os dois se falavam todos os dias.
No dia do crime, Renata teria ligado duas vezes para a casa de Ubiratan após receber uma mensagem dele em seu celular. Na segunda ligação, Carla teria atendido o telefone e dito "você não pode falar com o coronel agora porque a gente está brigando".
A delegada afirmou que foi informada da morte do oficial somente às 23h40 do dia 9 de setembro, pelo cabo Pernambuco, melhor do amigo do coronel.
O julgamento estava previsto para começar às 12h de hoje, mas um problema nas instalações elétricas do fórum interrompeu o abastecimento de luz. Após a normalização da falha, a audiência foi iniciada às 14h20.
Segundo o Tribunal de Justiça, a sessão desta terça começaria com a leitura de algumas peças processuais. Na sequência, a acusada será interrogada e serão realizados os debates entre defesa e acusação. Por fim, os jurados se reunirão para determinar o veredicto.
Cepollina será julgada por homicídio triplamente qualificado (por crueldade, motivo fútil e sem chance de defesa). Ontem, no primeiro dia de júri, ela foi expulsa durante a sessão após se revoltar contra uma testemunha que prestava depoimento.
Na ocasião, o delegado Marco Antonio Olivato que investigou o caso a época do crime estava sendo ouvido, e negou ter chantageado Cepollina. Neste momento, ela se exaltou e interrompeu o depoimento, afirmando que ele "falou sim". Com isso, o juiz determinou sua retirada da sessão.
Ontem, Liliana Prinzivalli, mãe e advogada de Carla, dispensou todas as cinco testemunhas de defesa por acreditar que todas as provas já são favoráveis à filha.
Julia Chequer - 5.nov.12/Folhapress
Carla Cepollina deixa o fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, após 1º dia de julgamento
Carla Cepollina deixa o fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, após 1º dia de julgamento
CARLA CEPOLLINA
Carla Cepollina, 46, responde em liberdade e nunca foi presa. Se condenada, pode ficar 30 anos na prisão.
De família rica, estudou no colégio Dante Alighieri, um dos mais tradicionais de São Paulo. Boa aluna, cursou administração na FGV (Fundação Getulio Vargas) e direito na USP.
Segundo a mãe, Liliana Prinzivalli, a filha e o coronel se conheceram por meio de um parente de Carla, da Polícia Militar. Namoraram por dois anos e meio.
Desde que foi acusada, Carla passou a trabalhar fazendo traduções e administrando os bens da família.
Liliana diz que a filha deixou de ter vida social. "Uma acusação dessa pesa muito."
Editoria de Arte/Folhapress


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