segunda-feira, 4 de novembro de 2013

INSTITUTOS ROYAL ENCERRA ATIVIDADES.

06/11/2013 - 13h22

Após invasão, Instituto Royal decide encerrar as atividades em São Roque


 
 

DE SÃO PAULO
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Após ter seu laboratório invadido no último dia 18 e ter 178 beagles resgatado por ativistas, o Instituto Royal enviou hoje (6) uma nota onde informa que decidiu encerrar as atividades de pesquisas em animais em São Roque (66 km de SP).
De acordo com o instituto, a decisão foi tomada em assembleia geral realizada entre os seus associados. Ainda segundo a nota, a invasão provocou "elevadas e irreparáveis perdas". O instituto diz ainda que a retirada dos animais prejudicou uma década de pesquisas e que o grupo teme pela segurança de seus funcionários.
A invasão e resgate dos beagles ocorreu após ativistas relatarem que os animais eram maltratados durante as experiências feitas com os animais no laboratório. O instituto sempre negou que maltratava os animais.
52% dos institutos que usam bichos podem ser descredenciados
Beagles recebiam tratamento adequado, afirma advogado de instituto
Segundo a nota, "o prejuízo causado ao Instituto Royal não é mensurável. Mas é certo que o Brasil inteiro perde muito com este episódio, lamentavelmente".
O Instituto Royal repudiou novamente a invasão e atribuiu "as ações violentas a dois fatores: as inverdades disseminadas de forma irresponsável - e por vezes oportunista - associadas à falta de informação pré-existente. As consequências dos atos advindos dessa equação resultaram não somente em prejuízo para a instituição, que fecha suas portas, mas também e mais gravemente para a sociedade brasileira, que assiste à inutilização de importantes pesquisas em benefício da vida humana".
O instituto informa ainda que vai preservar a integridade dos animais que ainda estão sob os seus cuidados e que tomará as "providências necessárias junto aos órgãos regulatórios competentes, para assegurar que continuem sendo dados a eles tratamento e destinação adequados".
Por conta do fechamento da unidade, o instituto informou que todos os funcionários serão demitidos e que eles já foram informados da decisão. Segundo o instituto, a decisão por enquanto não afetará a unidade Genotox, de Porto Alegre, onde não se faz experimentação animal.

Ativistas resgatam cães em São Roque (SP)

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Avener Prado/Folhapress
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04/11/2013 - 03h40

52% dos institutos que usam bichos podem ser descredenciados


 


FELIPE SOUZA
DE SÃO PAULO
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Uma lista do Concea (Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação, aponta que 195 (52%) das 375 instituições que usam animais em pesquisas no Brasil estão com relatórios de prestação de contas atrasados. Segundo o órgão, esses laboratórios tiveram até o último sábado para regularizar a situação, caso contrário terão as atividades suspensas.
As instituições foram advertidas e podem ser até descredenciadas.
As informações são da última atualização do arquivo, publicada em 16 de outubro no site do Concea. Apenas 40 empresas não precisam mandar o documento, pois ainda não completaram um ano.
O Concea, porém, admite que há muitos e-mails com relatórios que ainda não foram lidos e que o fará o mais rápido possível.
Esse problema foi questionado por alguns laboratórios, como a Escola de Educação Física e Esporte da USP (Universidade de São Paulo), que aparece como devedora dos relatórios de 2011 e 2012. A instituição afirma que está em dia com a documentação. Entre as empresas em atraso, 130 (34,6%) não enviaram os relatórios de 2011 e 2012. Outras 48 (12,8%) devem relatório de um desses anos.
O Concea exige que os institutos prestem contas anualmente sobre 12 itens, entre eles a quantidade de cobaias, descrição de acidentes e mortes e empresas beneficiadas pelos estudos. Entre os 14 laboratórios irregulares está a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. A direção disse que "neste momento não irá se pronunciar sobre o assunto".
Os laboratórios do Instituto Royal -em São Roque e Porto Alegre-, estão com a documentação regular. Em São Roque, no mês passado, ativistas invadiram o local e levaram beagles usados como cobaias.
A lei prevê que a fiscalização dessas empresas seja feita por órgãos dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Saúde, da Educação, da Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente.
O Concea não informou como será feita nem quantos profissionais participarão da fiscalização.

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