/04/2013 16h14- Atualizado em 05/04/2013 07h51
Overdose de cocaína matou cantor Chorão, conclui laudo do IML
Vocalista foi encontrado morto em seu apartamento, em SP, em 6 de março.
Resultado de exame será anexado ao inquérito da Polícia Civil de SP.
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Uma overdose de cocaína matou Alexandre Magno Abrão, conhecido como Chorão, do grupo Charlie Brown Jr., aponta o laudo necroscópico da Polícia Técnico-Científica de São Paulo. O vocalista da banda foi encontrado morto em 6 de março no seu apartamento na Zona Oeste da capital paulista.
O laudo considera resultados do exame toxicológico número 5054/2013 do Instituto Médico-Legal (IML) feito no corpo de Chorão. O exame toxicológico apontou que o corpo apresentava 4,714 microgramas da droga por mililitro de sangue. Segundo os peritos, foi possível concluir, a partir dos testes, que a causa da morte foi "intoxicação exógena devido à cocainemia".
O documento foi divulgado em entrevista pela Polícia Civil às 19h30, mas os detalhes foram adiantados com exclusividade pelo G1.
O laudo necroscópico, que tem o número 758/2013, será anexado ao inquérito da Polícia Civil. Após ser concluído, o inquérito será encaminhado ao Fórum da Barra Funda para apreciação do Ministério Público e da Justiça. O processo pode ser arquivado.
O psiquiatra Thiago Fidalgo, coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explicou a definição constante do laudo. “Isso significa que ele morreu após consumir grande quantidade de cocaína”, disse Fidalgo, comentando os termos do documento. O especialista não participou da investigação.
Laudo necroscópico do cantor Chorão (Foto: Roney
Domingos/G1)
De acordo com o especialista, o excesso da droga pode ter causado um infarto ou um acidente vascular cerebral. “[A cocaína gera] muita adrenalina, gera aumento da pressão, aumento da frequência cardíaca e respiratória, sobrecarga cardíaca e, com isso, tem menos sangue chegando no coração e no cérebro”, explicou o especialista.
Segundo ele, pela idade de Chorão, a hipótese mais plausível é a de ataque cardíaco. “Se tivesse mais de 50 anos, provavelmente seria um AVC isquêmico”, acrescentou o psiquiatra.
Overdose era uma hipótese considerada pelo DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa). O corpo do artista foi achado caído por um segurança e um motorista dele, no imóvel que mantinha em Pinheiros. Peritos também encontraram pó branco e caixas de medicamentos e bebidas espalhadas no local, que estava parcialmente destruído.
Os depoimentos da ex-mulher do vocalista e dos integrantes do Charlie Brown Jr. confirmaram que o cantor fazia uso de entorpecentes. Em seu depoimento ao DHPP, a estilista Graziela Gonçalves havia dito que "perdeu" o cantor "para as drogas". Ela chegou a dizer a jornalistas que tinha se separado de Chorão porque ele estava viciado em cocaína. O artista estaria deprimido com a separação e por isso teria aumentado o consumo de drogas.
Perfil
O cantor e letrista, que faria 43 anos em 9 de abril, liderava a banda fundada por ele na cidade de Santos, no litoral de São Paulo, em 1992. Em 15 anos de carreira, o Charlie Brown Jr lançou nove álbuns de estúdio, dois discos ao vivo, duas coletâneas e seis DVDs. Ao todo, o grupo vendeu 5 milhões de cópias.
Além de vocalista, Chorão era responsável pelas letras do Charlie Brown Jr. e pelo direcionamento artístico e executivo da banda. Em 2005, o trabalho "Tâmo aí na atividade” foi premiado com o Grammy Latino de melhor álbum de rock brasileiro, o que se repetiu em 2010 com "Camisa 10 joga bola até na chuva".
No ano passado, o Charlie Brown Jr. lançou "Música Popular Caiçara", álbum ao vivo que marcou o retorno dos integrantes Marcão e Champignon à banda. Eles haviam deixado o grupo em 2005. As apresentações aconteceram em Curitiba e Santos. A produção do trabalho foi feita por Liminha e os shows tiveram participação de Falcão (O Rappa), Zeca Baleiro e Marcelo Nova. Das 15 faixas do CD, a única gravada em estúdio é "Céu azul".
O vocalista foi também roteirista do filme "O magnata" (2007), do diretor Johnny Araújo, e do longa “O cobrador”, ainda em andamento. Como empresário, administrou marcas de skate, como a DO.CE, fundada por ele em 2009, e viabilizou a realização de grandes eventos de skate no Brasil, além de manter o espaço Chorão Skate Park, em Santos, desde 2006.
A estreia do Charlie Brown Jr aconteceu em 1997 com o lançamento do álbum "Transpiração contínua prolongada". O trabalhou conseguiu o certificado de disco de platina ao vender mais de 250 mil cópias e tem como singles os sucessos "O coro vai comê", "Proibida pra mim", "Tudo que ela gosta de escutar", "Quinta-feira" e "Gimme o anel".
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O laudo considera resultados do exame toxicológico número 5054/2013 do Instituto Médico-Legal (IML) feito no corpo de Chorão. O exame toxicológico apontou que o corpo apresentava 4,714 microgramas da droga por mililitro de sangue. Segundo os peritos, foi possível concluir, a partir dos testes, que a causa da morte foi "intoxicação exógena devido à cocainemia".
O documento foi divulgado em entrevista pela Polícia Civil às 19h30, mas os detalhes foram adiantados com exclusividade pelo G1.
O laudo necroscópico, que tem o número 758/2013, será anexado ao inquérito da Polícia Civil. Após ser concluído, o inquérito será encaminhado ao Fórum da Barra Funda para apreciação do Ministério Público e da Justiça. O processo pode ser arquivado.O psiquiatra Thiago Fidalgo, coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explicou a definição constante do laudo. “Isso significa que ele morreu após consumir grande quantidade de cocaína”, disse Fidalgo, comentando os termos do documento. O especialista não participou da investigação.
Laudo necroscópico do cantor Chorão (Foto: Roney
Domingos/G1)
De acordo com o especialista, o excesso da droga pode ter causado um infarto ou um acidente vascular cerebral. “[A cocaína gera] muita adrenalina, gera aumento da pressão, aumento da frequência cardíaca e respiratória, sobrecarga cardíaca e, com isso, tem menos sangue chegando no coração e no cérebro”, explicou o especialista.Domingos/G1)
Segundo ele, pela idade de Chorão, a hipótese mais plausível é a de ataque cardíaco. “Se tivesse mais de 50 anos, provavelmente seria um AVC isquêmico”, acrescentou o psiquiatra.
Overdose era uma hipótese considerada pelo DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa). O corpo do artista foi achado caído por um segurança e um motorista dele, no imóvel que mantinha em Pinheiros. Peritos também encontraram pó branco e caixas de medicamentos e bebidas espalhadas no local, que estava parcialmente destruído.
Os depoimentos da ex-mulher do vocalista e dos integrantes do Charlie Brown Jr. confirmaram que o cantor fazia uso de entorpecentes. Em seu depoimento ao DHPP, a estilista Graziela Gonçalves havia dito que "perdeu" o cantor "para as drogas". Ela chegou a dizer a jornalistas que tinha se separado de Chorão porque ele estava viciado em cocaína. O artista estaria deprimido com a separação e por isso teria aumentado o consumo de drogas.
O cantor e letrista, que faria 43 anos em 9 de abril, liderava a banda fundada por ele na cidade de Santos, no litoral de São Paulo, em 1992. Em 15 anos de carreira, o Charlie Brown Jr lançou nove álbuns de estúdio, dois discos ao vivo, duas coletâneas e seis DVDs. Ao todo, o grupo vendeu 5 milhões de cópias.
Além de vocalista, Chorão era responsável pelas letras do Charlie Brown Jr. e pelo direcionamento artístico e executivo da banda. Em 2005, o trabalho "Tâmo aí na atividade” foi premiado com o Grammy Latino de melhor álbum de rock brasileiro, o que se repetiu em 2010 com "Camisa 10 joga bola até na chuva".
No ano passado, o Charlie Brown Jr. lançou "Música Popular Caiçara", álbum ao vivo que marcou o retorno dos integrantes Marcão e Champignon à banda. Eles haviam deixado o grupo em 2005. As apresentações aconteceram em Curitiba e Santos. A produção do trabalho foi feita por Liminha e os shows tiveram participação de Falcão (O Rappa), Zeca Baleiro e Marcelo Nova. Das 15 faixas do CD, a única gravada em estúdio é "Céu azul".
O vocalista foi também roteirista do filme "O magnata" (2007), do diretor Johnny Araújo, e do longa “O cobrador”, ainda em andamento. Como empresário, administrou marcas de skate, como a DO.CE, fundada por ele em 2009, e viabilizou a realização de grandes eventos de skate no Brasil, além de manter o espaço Chorão Skate Park, em Santos, desde 2006.
A estreia do Charlie Brown Jr aconteceu em 1997 com o lançamento do álbum "Transpiração contínua prolongada". O trabalhou conseguiu o certificado de disco de platina ao vender mais de 250 mil cópias e tem como singles os sucessos "O coro vai comê", "Proibida pra mim", "Tudo que ela gosta de escutar", "Quinta-feira" e "Gimme o anel".
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CONFIRA ESPECIAL SOBRE O CANTOR
Exagero de cocaína e coração comprometido foram fatais para Chorão, dizem especialistas
Tiago Dias - do UOL, de São Paulo
-
Divulgação
Chorão se apresenta com o Charlie Brown Jr. em Balneário Camboriú, em janeiro de 2013
A quantidade de cocaína que causou a morte de Chorão, vocalista da banda Charlie Brown Jr., no dia 6 de março, era exagerada e se enquadrava na zona letal, segundo especialistas ouvidos pelo UOL.
O laudo necroscópico do Instituto Médico Legal, divulgado na quinta-feira (4), apontou 4,714 microgramas da substância por mililitro de sangue no corpo de Chorão. Esta quantidade equivale a um consumo de aproximadamente 5 gramas de cocaína, segundo o médico psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, coordenador do Proad (Programa de Orientação e Atendimento a Depentes Químicos da Unifesp). Essa quantidade varia para mais ou para menos dependendo do organismo de cada pessoa, mas é considerada, de qualquer forma, excessiva.
De acordo com o toxicologista Sergio Graffi, estudos dizem que a partir de 3,9 microgramas em cada mililitro de sangue, o quadro já oferece risco de morte.
A conclusão dos peritos é de que a morte foi causada por "intoxicação exógena devido à cocainemia". "Isso quer dizer que há uma concentração de cocaína, uma substância tóxica, no sangue. Embora o laudo aponte para isso como causa, ele pode ter sofrido um infarto, uma arritmia cardíaca. O que fica difícil atribuir como algo exclusivo só da droga, como o laudo dá a entender", avalia Silveira.
O coração já fraco do cantor é considerado pelos especialistas como o fator agravante. De acordo com o laudo, o corpo de Chorão apresentava miocárdio hipertrófico (aumento do tamanho do músculo do coração) e coronarioesclerose grave (bloqueio das artérias coronárias por gordura).
Tiago Dias - do UOL, de São Paulo
- DivulgaçãoChorão se apresenta com o Charlie Brown Jr. em Balneário Camboriú, em janeiro de 2013
O laudo necroscópico do Instituto Médico Legal, divulgado na quinta-feira (4), apontou 4,714 microgramas da substância por mililitro de sangue no corpo de Chorão. Esta quantidade equivale a um consumo de aproximadamente 5 gramas de cocaína, segundo o médico psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, coordenador do Proad (Programa de Orientação e Atendimento a Depentes Químicos da Unifesp). Essa quantidade varia para mais ou para menos dependendo do organismo de cada pessoa, mas é considerada, de qualquer forma, excessiva.
De acordo com o toxicologista Sergio Graffi, estudos dizem que a partir de 3,9 microgramas em cada mililitro de sangue, o quadro já oferece risco de morte.
A conclusão dos peritos é de que a morte foi causada por "intoxicação exógena devido à cocainemia". "Isso quer dizer que há uma concentração de cocaína, uma substância tóxica, no sangue. Embora o laudo aponte para isso como causa, ele pode ter sofrido um infarto, uma arritmia cardíaca. O que fica difícil atribuir como algo exclusivo só da droga, como o laudo dá a entender", avalia Silveira.
O coração já fraco do cantor é considerado pelos especialistas como o fator agravante. De acordo com o laudo, o corpo de Chorão apresentava miocárdio hipertrófico (aumento do tamanho do músculo do coração) e coronarioesclerose grave (bloqueio das artérias coronárias por gordura).
Vocalista do Charlie Brown Jr, Chorão é encontrado morto em SP39 fotos
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4.abr.2013 - Reprodução do laudo com resultado do exame necroscópico do cantor Chorão Reprodução/TV Globo
4.abr.2013 - Reprodução do laudo com resultado do exame necroscópico do cantor Chorão Reprodução/TV Globo
"Um indivíduo com esses problemas, faz com que o coração comprometido, cansado, trabalhe mais. Tudo isso faz com que o uso da cocaína seja letal, já que é uma substância cardiotóxica, que fecha as artérias", explica Graffi.
"Com isso, você tem uma diminuição da circulação do sangue e o coração passa a bater com mais força e mais rápido para ultrapassar essa barreira que são as artérias fechadas. Você pode ter um derrame, um infarto agudo do miocárdio", afirma o toxicologista.
Os peritos também apontaram que Chorão tinha nefroesclerose renal (alteração no tecido do rim), edema cerebral (aumento dos líquidos no sistema nervoso central) e esteatose hepática (excesso de gordura no fígado).
Exame toxicológico ainda será divulgado
A possibilidade de Chorão ter ingerido, no mesmo dia, bebida alcoólica e medicamentos só aumentaria ainda mais o risco de morte.
"Essa quantidade de cocaína no sangue é alta, mas a cocaína e o álcool juntos criam uma molécula diferente e mais agressiva, chamada Cocaetanol. Há também vários medicamentos que podem potencializar o risco de morte de um usuário de cocaína. Um dos medicamentos que é letal é o antidepressivo, não sei se ele tomava. Mesmo sendo uma quantidade pequena no sangue, é fatal", afirma Silveira.
Segundo a família de Chorão, o cantor estava com depressão por causa do término de seu casamento em 2012. No dia da morte, seu apartamento foi encontrado revirado, sujo, com garrafas vazias de bebidas alcoólicas, frascos do ansiolítico Lexotan e um pó branco que parecia cocaína.
Relembre a trajetória de Chorão, do Charlie Brown Jr.47 fotos
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3.fev.2012 - Chorão, vocalista do Charlie Brown Jr., rima e canta no festival Planeta Atlântida Leia mais Jefferson Bernardes/UOL
3.fev.2012 - Chorão, vocalista do Charlie Brown Jr., rima e canta no festival Planeta Atlântida Leia mais Jefferson Bernardes/UOL
O delegado Itagiba Franco, diretor da Divisão de Homicídios do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que cuida do caso, afirmou que informações mais precisas sobre a quantidade do medicamento e de bebida presentes no corpo do cantor serão divulgadas no exame toxicológico, que ainda será feito.
"Esse laudo divulgado é apenas necroscópico, para apontar a causa da morte. Posteriormente haverá um exame toxicológico para medir a presença de medicamento e álcool no sangue. É um exame que demora mais um pouco", afirmou o delgado ao UOL, sem especificar o prazo para a divulgação dos resultados.
A suposta depressão, que chegou a ser negada por alguns amigos de Chorão, seria a causa do momento de surto que especula-se que o cantor tenha sofrido antes da morte – já que o local estava revirado, sujo e com marcas de sangue. "Isso é uma ação relacionada a depressão. As pessoas deprimidas têm mais risco de usar a cocaína para aliviar. Habitualmente não é uma ação típica de quem usa a droga", afirmou o psicanalista Dartiu Xavier da Silveira.
Investigações
Chorão foi encontrado morto na madrugada do dia 6 de março em seu apartamento no bairro de Pinheiros, zona oeste de São Paulo.
As investigações começaram pelo exame do apartamento e depoimentos de vizinhos e funcionários do prédio onde Chorão morava, de Alexandre, filho de Chorão, e Thaís Lima, mãe do rapaz de 23 anos, e Graziela Gonçalves, ex-mulher de Chorão, e dos integrantes da banda Charlie Brown Jr.
No entanto, esperava-se desde o início que toxicológico e a necropsia seriam essenciais para a elucidação do caso.
Familiares, amigos e fãs se despedem de Chorão92 fotos
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7.mar.2013 - Cercado pela imprensa, o músico Marcelo Nova deixa o cemitério Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos, onde o cantor Chorão foi sepultado na tarde desta quinta Leia mais Francisco Cepeda, Leo Franco e Thiago Duran / AgNews
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