Estádio foi tomado por torcedores brasileiro no amistoso da seleção contra a Bolívia
Kevin é ignorado antes de amistoso e estádio é tomado por brasileiros
Gustavo FranceschiniDo UOL, em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia)
Com menos de 30 minutos para o apito inicial, a festa no estádio em Santa Cruz de la Sierra era grande. Brasileiros e bolivianos se misturaram nas arquibancadas ao som de muita música local. A única homenagem que antecedeu o jogo, no entanto, foi aos campeões da Copa América de 1963, maior título da história do futebol boliviano que completa 50 anos.
“Tem a questão política, que é ajudar financeiramente a família do garoto, e a esportiva, que é a homenagem aos campeões de 1963”, explica Willy Baptista, um dos bolivianos consultados pela reportagem que soube responder por que o amistoso foi realizado.
A ideia, como revelou a Folha de S. Paulo neste sábado, já existia desde o ano passado, e inicialmente contemplava apenas os campeões de 1963. Depois do incidente em Oruro, a CBF apressou as negociações e fechou a data às pressas, chegando a anunciar que toda a renda iria para a família de Kevin Espada.
Nos últimos dias, a questão tornou-se mais complicada. A Federação Boliviana revelou que só definirá como vai repartir a renda do jogo depois que ele acontecer. Além da família, os ex-jogadores também receberão parte da bilheteria, apesar de as porcentagens não terem sido definidas.
A maneira como o caso foi conduzido, porém, irritou o pai de Kevin, Limbert Beltrán. No meio da semana, ele protestou por não ter sido sequer convidado oficialmente para a partida. Neste sábado, ele veio a Santa Cruz de la Sierra, mas decidiu não comparecer ao confronto.
Curiosamente, no estádio os mais atentos à questão do jovem morto eram os brasileiros. Questionados pela reportagem, eles não titubeavam em apontar a homenagem a Kevin como a principal razão para a realização do amistoso.
“Foi uma casualidade, para mim. Ninguém atira o sinalizador em alguém com cinco minutos de jogo, quando está ganhando. E foi também uma falha da segurança”, disse José Marino, brasileiro que vive em Santa Cruz de la Sierra há 5 anos.
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