sábado, 6 de abril de 2013

BOLIVIA - CASO KEVIN E CORINTHIANS



Estádio foi tomado por torcedores brasileiro no amistoso da seleção contra a Bolívia
Estádio foi tomado por torcedores brasileiro no amistoso da seleção contra a Bolívia
06/04/2013 - 16h11

Kevin é ignorado antes de amistoso e estádio é tomado por brasileiros

Gustavo Franceschini
Do UOL, em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia)


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Apresentado pela CBF como o grande motivo para a realização do amistoso entre Brasil e Bolívia, em Santa Cruz de la Sierra, Kevin Espada foi ignorado antes do início do confronto. No estádio Ramon “Tahuichi” Aguilera tomado por brasileiros, o clima de festa e música destoa do que pretendia ser uma homenagem ao garoto morto há um mês e meio.

Com menos de 30 minutos para o apito inicial, a festa no estádio em Santa Cruz de la Sierra era grande. Brasileiros e bolivianos se misturaram nas arquibancadas ao som de muita música local. A única homenagem que antecedeu o jogo, no entanto, foi aos campeões da Copa América de 1963, maior título da história do futebol boliviano que completa 50 anos.


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Morte na Bolívia em jogo do Corinthians15 fotos

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21.fev.2013 - Caixão com o corpo do jovem Kevin Beltran Espada, de 14 anos, é colocado dentro de carro em Oruro Leia mais AP Photo/Juan Karita
Os ex-jogadores, vestidos com o uniforme da seleção de seu país, passearam pela pista de atletismo do estádio com a taça conquistada naquela época. Eles são, junto com o caso Oruro, uma das explicações para que o amistoso entre Brasil e Bolívia tenha saído do papel.

“Tem a questão política, que é ajudar financeiramente a família do garoto, e a esportiva, que é a homenagem aos campeões de 1963”, explica Willy Baptista, um dos bolivianos consultados pela reportagem que soube responder por que o amistoso foi realizado.

A ideia, como revelou a Folha de S. Paulo neste sábado, já existia desde o ano passado, e inicialmente contemplava apenas os campeões de 1963. Depois do incidente em Oruro, a CBF apressou as negociações e fechou a data às pressas, chegando a anunciar que toda a renda iria para a família de Kevin Espada.

Nos últimos dias, a questão tornou-se mais complicada. A Federação Boliviana revelou que só definirá como vai repartir a renda do jogo depois que ele acontecer. Além da família, os ex-jogadores também receberão parte da bilheteria, apesar de as porcentagens não terem sido definidas.

A maneira como o caso foi conduzido, porém, irritou o pai de Kevin, Limbert Beltrán. No meio da semana, ele protestou por não ter sido sequer convidado oficialmente para a partida. Neste sábado, ele veio a Santa Cruz de la Sierra, mas decidiu não comparecer ao confronto.

Curiosamente, no estádio os mais atentos à questão do jovem morto eram os brasileiros. Questionados pela reportagem, eles não titubeavam em apontar a homenagem a Kevin como a principal razão para a realização do amistoso.

“Foi uma casualidade, para mim. Ninguém atira o sinalizador em alguém com cinco minutos de jogo, quando está ganhando. E foi também uma falha da segurança”, disse José Marino, brasileiro que vive em Santa Cruz de la Sierra há 5 anos.

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