Após invasão, Instituto Royal decide encerrar as atividades em São Roque
DE SÃO PAULO
Após ter seu laboratório invadido no último dia 18 e ter 178 beagles resgatado por ativistas, o Instituto Royal enviou hoje (6) uma nota onde informa que decidiu encerrar as atividades de pesquisas em animais em São Roque (66 km de SP).
De acordo com o instituto, a decisão foi tomada em assembleia geral realizada entre os seus associados. Ainda segundo a nota, a invasão provocou "elevadas e irreparáveis perdas". O instituto diz ainda que a retirada dos animais prejudicou uma década de pesquisas e que o grupo teme pela segurança de seus funcionários.
A invasão e resgate dos beagles ocorreu após ativistas relatarem que os animais eram maltratados durante as experiências feitas com os animais no laboratório. O instituto sempre negou que maltratava os animais.
52% dos institutos que usam bichos podem ser descredenciados
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Segundo a nota, "o prejuízo causado ao Instituto Royal não é mensurável. Mas é certo que o Brasil inteiro perde muito com este episódio, lamentavelmente".
O Instituto Royal repudiou novamente a invasão e atribuiu "as ações violentas a dois fatores: as inverdades disseminadas de forma irresponsável - e por vezes oportunista - associadas à falta de informação pré-existente. As consequências dos atos advindos dessa equação resultaram não somente em prejuízo para a instituição, que fecha suas portas, mas também e mais gravemente para a sociedade brasileira, que assiste à inutilização de importantes pesquisas em benefício da vida humana".
O instituto informa ainda que vai preservar a integridade dos animais que ainda estão sob os seus cuidados e que tomará as "providências necessárias junto aos órgãos regulatórios competentes, para assegurar que continuem sendo dados a eles tratamento e destinação adequados".
Por conta do fechamento da unidade, o instituto informou que todos os funcionários serão demitidos e que eles já foram informados da decisão. Segundo o instituto, a decisão por enquanto não afetará a unidade Genotox, de Porto Alegre, onde não se faz experimentação animal.
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04/11/2013 - 03h40
52% dos institutos que usam bichos podem ser descredenciados
FELIPE SOUZA
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Uma lista do Concea (Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação, aponta que 195 (52%) das 375 instituições que usam animais em pesquisas no Brasil estão com relatórios de prestação de contas atrasados. Segundo o órgão, esses laboratórios tiveram até o último sábado para regularizar a situação, caso contrário terão as atividades suspensas.
As instituições foram advertidas e podem ser até descredenciadas.
As informações são da última atualização do arquivo, publicada em 16 de outubro no site do Concea. Apenas 40 empresas não precisam mandar o documento, pois ainda não completaram um ano.
O Concea, porém, admite que há muitos e-mails com relatórios que ainda não foram lidos e que o fará o mais rápido possível.
Esse problema foi questionado por alguns laboratórios, como a Escola de Educação Física e Esporte da USP (Universidade de São Paulo), que aparece como devedora dos relatórios de 2011 e 2012. A instituição afirma que está em dia com a documentação. Entre as empresas em atraso, 130 (34,6%) não enviaram os relatórios de 2011 e 2012. Outras 48 (12,8%) devem relatório de um desses anos.
O Concea exige que os institutos prestem contas anualmente sobre 12 itens, entre eles a quantidade de cobaias, descrição de acidentes e mortes e empresas beneficiadas pelos estudos. Entre os 14 laboratórios irregulares está a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. A direção disse que "neste momento não irá se pronunciar sobre o assunto".
Os laboratórios do Instituto Royal -em São Roque e Porto Alegre-, estão com a documentação regular. Em São Roque, no mês passado, ativistas invadiram o local e levaram beagles usados como cobaias.
A lei prevê que a fiscalização dessas empresas seja feita por órgãos dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Saúde, da Educação, da Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente.
O Concea não informou como será feita nem quantos profissionais participarão da fiscalização.
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