quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

EUTANÁSIA OU CRIME?

Apresentador é preso após revelar na TV ter matado parceiro com Aids

Um apresentador da BBC que revelou ter sufocado seu ex-parceiro que sofria de Aids para poupá-lo de uma "dor terrível" foi preso nesta quarta-feira.

Ray Gosling, de 70 anos, contou aos telespectadores do programa Inside Out que tinha um pacto com seu antigo parceiro - cujo nome não revelou - de pôr fim à vida dele caso a dor da doença se tornasse insuportável e não houvesse mais esperança de tratamento. O programa foi ao ar na segunda-feira.

Em seu programa, que abordou o tema da morte, o apresentador de Nottingham disse que o momento chegou quando médicos comunicaram que não havia mais opções para reverter a doença.

"Eu disse ao médico: 'Deixe-nos a sós apenas um momento', e ele nos deixou. Eu peguei o travesseiro e o sufoquei até a morte. Não tenho remorso. Fiz o certo", revelou Gosling.

Na manhã de terça-feira, após a exibição do programa, a polícia de Nottinghamshire tinha anunciado a instauração de um inquérito sobre o caso. Um porta-voz da BBC disse que a empresa não sabia da confissão até o momento de o programa ter ido ao ar.

Horas antes, em um programa matinal da BBC, o apresentador havia afirmado que estava consciente das implicações - inclusive criminais - da revelação.

"Quando você ama alguém, é difícil vê-lo sofrer. Minha impressão sobre a eutanásia é como gelatina - balança de um lado para o outro. Agora é o momento de compartilhar um segredo mantido sob sigilo por muito tempo", declarou Gosling.

O apresentador afirmou que alguns membros da família de seu ex-parceiro sabiam do episódio, mas não imaginou que sua confissão fosse ser transmitida em rede nacional e ganhar o mundo.

Gosling disse que decidiu contar seu segredo para o seu público da região de East Midlands porque tem uma "relação íntima" com os telespectadores.

Experiência O editor do programa Inside Out em East Midlands, Tony Rowe, disse que a decisão de Gosling de revelar seu segredo veio a partir da experiência de fazer um programa sobre a morte, em que ele entrevistou, entre outras pessoas, uma mulher responsável pelo marido que sofre do mal de Alzheimer.

"Ele conversou com tanta gente sobre suas experiências ao longo da produção do programa que achou que seria desonesto não falar da sua própria", disse Rowe. "Fomos muito cuidadosos para garantir que ele estava ciente de quanto ele estava se expondo." "Em 20 anos de documentário, foi provavelmente o filme mais forte em que já estive envolvido." O suicídio assistido é crime na Grã-Bretanha, mas novas diretrizes publicadas em setembro pelas autoridades judiciais estabelecem fatores que influenciam a decisão de abrir ou não um processo em diferentes casos na Inglaterra e no País de Gales.

No mês passado, Kay Gilderdale, 55, de Stonegate, em East Sussex, foi absolvida da acusação de tentar matar sua filha de 31 anos, que estava seriamente doente e já havia tentado pôr fim à sua vida antes.

Dias antes, outra mãe, Frances Inglis, 57, de Londres, foi condenada a nove anos de prisão por assassinato por ter injetado uma dose letal de heroína em seu filho Thomas, que sofria de danos cerebrais.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

GARIS X BORIS CASOY



Comentário sobre garis rende quarto processo contra Band e Boris Casoy

Por Eduardo Neco/Redação Portal IMPRENSA

O gari Demilson Emidio dos Santos, da cidade da Campina Grande, Paraíba, move ação contra a TV Bandeirantes e o jornalista Boris Casoy por comentário pejorativo do âncora durante o "Jornal da Band", no último dia 31 de dezembro. No processo de indenização por danos morais, Santos argumenta que o fato causou "danos profundos" a ele a sua família. Essa é o quarto processo movido em razão do comentário.

Divulgação

Boris Casoy
Na ocasião, após assistir as felicitações de dois garis sobre o ano novo, Casoy - sem saber que o microfone estava aberto - comentou: "...Que merda...dois lixeiros desejando felicidade... do alto de suas vassouras...dois lixeiros... o mais baixo da escala do trabalho".

Após a repercussão, o jornalista foi a público pedir desculpas pelo episódio. No entanto, não foi o bastante para a Federação Nacional dos Trabalhadores em Serviços, Asseio e Conservação, Limpeza Urbana, Ambiental e Áreas Verdes (Fenascon) e para a representação regional da categoria para o estado de São Paulo, a Siemaco, que moveram, ao todo, três ações contra o jornalista, sendo uma delas criminal. A emissora é citada em duas das ações.

O site Espaco Vital informa que, na petição inicial, o gari declarou que "enfrenta, dia a dia, as intempéries do tempo propiciando à sociedade ambientes limpos das sujeiras urbanas onde o Sr. Boris Casoy, como o seu comportamento desumano, é mais lixo do que o próprio lixo".

A respeito de sua família, o gari sublinhou que o fato causou "danos profundos", uma vez que "seus familiares perceberam o quanto o renomado jornalista Boris Casoy, formado de opinião pública com abrangência continental pensa a respeito de tão nobre e indispensável profissão."

A ação foi ajuizada no último dia 28 de janeiro na 8ª Vara Cível da Comarca de Campina Grande.

A assessoria da Band disse à reportagem do Portal IMPRENSA que, por enquanto, não irá comentar o caso.
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2 ) Publicado em: 07/01/2010 12:28

Entidade entra com ação contra Band e Boris Casoy por comentário sobre garis
Por Thiago Rosa e Eduardo Neco/Redação Portal IMPRENSA

*Atualizado às 16h46

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Serviços, Asseio e Conservação, Limpeza Urbana, Ambiental e Áreas Verdes (Fenascon) entrou com uma ação civil pública contra a Band e o jornalista Boris Casoy, por comentário recente envolvendo garis. O pedido judicial foi impetrado na última quarta-feira (6), no fórum João Mendes, localizado na região central da capital paulista.

A ação surge em resposta ao comentário do âncora da emissora, realizado na última quinta-feira (31), às vésperas de réveillon. Durante a exibição do "Jornal da Band", foi veiculada uma mensagem de felicitações de ano novo, protagonizada por dois garis. Em seqüência, o áudio do microfone vazou e tornou público um comentário de Casoy.

"Que m****...dois lixeiros desejando felicidades...do alto de suas vassouras...dois lixeiros...o mais baixo da escala de trabalho", disse o apresentador. Um dia depois, após intensa repercussão, Casoy pediu desculpas pela declaração.

Segundo o advogado Francisco Larocca, que representa a entidade, entre esta quinta-feira (7) e a próxima sexta-feira (8) devem ser impetradas duas outras ações coordenadas pelo sindicato estadual dos profissionais de limpeza (Siemaco), contra a emissora e o jornalista. Larocca informa que uma das ações será de ordem criminal, tomando como base possível prática de preconceito do apresentador contra os dois garis do vídeo.

"É lamentável que isso ocorra contra uma categoria que faz um trabalho essencial para a sociedade, que faz a limpeza, ajudando a evitar enchentes e é muito bem quista pela sociedade", declarou o advogado, repudiando a declaração do jornalista. "Foi de uma irresponsabilidade muito grande. Tem que haver reparação".

De acordo com Larocca, os valores de indenização pedidos na ação não foram passados à Justiça. Em contrapartida, a Fenascon, por meio do advogado, entregou dados sobre o número de trabalhadores da categoria em atividade no país, que respondem por cerca de 360 mil pessoas no país. Com base nas informações, o ressarcimento, caso seja decidido judicialmente, será revertido para o fundo de assistência dos trabalhadores de limpeza.

Segundo o site R7, a assessoria da Band informou que só se manifestará no momento em que for notificada judicialmente.

Entidade protocola carta de repúdio na sede da Band

Na última segunda-feira (4), o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo (Siemaco), protocolou, na sede da Band, uma carta de repúdio às declarações do jornalista Boris Casoy a respeito de garis que apareceram no telejornal da casa.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

HOSMANY RAMOS.


Preso na Islândia, Hosmany Ramos diz que foi transferido
para "melhor prisão do planeta"

ANDRÉ MONTEIRO
da Folha Online

O ex-cirurgião plástico Hosmany Ramos, preso na Islândia desde agosto do ano passado, afirma que o governo brasileiro terá que apresentar "argumentos robustos" caso queira concretizar a extradição que o traria de volta ao país. Nesta sexta-feira (5), a editora que publica seus livros informou que a Suprema Corte islandesa suspendeu a decisão de extraditá-lo ao Brasil.

Entenda o caso que envolve Hosmany Ramos


Sita da Islândia mostra Hosmany Ramos algemado; ex-cirurgião, preso no país desde agosto, diz que está em "hotel de luxo"
"A Suprema Corte anulou a decisão da ministra da Justiça e da primeira instância, tendo em vista que não levaram em consideração meus argumentos e há uma falha quanto a pena cumprida. Isso significa que não serei extraditado, pelo menos agora. Se o Tarso [Genro, ministro da Justiça] quiser insistir nesse caso, terá que vir com argumentos robustos", disse Hosmany, em entrevista à Folha Online nesta sexta pelo programa Skype.

De acordo com a Geração Editorial, o governo brasileiro informou à Islândia que ele estava preso desde 1996, mas ele argumentou que começou a cumprir parte de suas condenações em 1981. "Primeiro, foi o excesso de pena cumprida: 28 anos. Segundo, mandaram daí uma informação que iniciei minha pena em 1996. Pode? Enfim, o tiro saiu pela culatra", disse.

O ex-cirurgião conta que foi transferido da prisão que chegou a chamar de "hotel quatro estrelas", em que tinha computador, telefone e TV à disposição. Encarcerado em uma prisão de nome Litla-Hrauni, porém, diz agora que está em "um hotel de luxo", onde faz curso de computação e estuda islandês.

"Pedi logo no início e aguardei dois meses para vir para a melhor prisão do planeta. É um hotel de luxo, com suíte e sala de estar. 70% dos guardas são mulheres. Tem apenas 80 presos, comida de restaurante, e salário semanal de 10 mil coroas [R$ 145] para você comprar cigarros ou chocolates. Além de academia de luxo, pátio enorme de recreação e escola."

De acordo com Hosmany, o valor pago por tanta mordomia não sairá do seu bolso. "O melhor é que o Brasil vai pagar por isso, um vez que exigiu que eu ficasse em 'remand custody' [custódia preventiva]. Eu nem queria. No início planejava alugar um estúdio, trabalhar e aguardar. Estou custando aqui 24 mil coroas diárias [R$ 347], só de prisão."

Outro lado

O Ministério da Justiça informou que não houve confirmação da suspensão da extradição de Hosmany Ramos ao Brasil. O secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, consultou a embaixada brasileira em Oslo, na Noruega (que representa o Brasil na Islândia), e disse que a representação não foi informada de qualquer decisão da Justiça, nem extraoficialmente.

Segundo o ministério, o que pode ter ocorrido é uma movimentação da Justiça da Islândia na análise dos documentos enviados para embasar o pedido de extradição, e que, caso haja alguma decisão pela não extradição de Hosmany, o governo brasileiro será o primeiro a ser informado.

A Folha Online procurou a representação da Islândia no Brasil e o Ministério das Relações Exteriores do país nesta sexta-feira, mas ninguém respondeu aos telefonemas.

Prisão

Hosmany atuou como médico durante 12 anos. Nos anos 80, envolveu-se com roubo de carros e joias, tráfico, contrabando e respondeu a acusações de assassinatos --crimes que renderam-lhe condenações de 47 anos de prisão.

Considerado foragido da Justiça brasileira desde janeiro do ano passado, Hosmany Ramos foi preso na Islândia ao tentar entrar no país com o passaporte do irmão. O governo brasileiro pediu sua extradição e informou que o país havia concordado, apesar de não exisitir tratado deste tipo entre os países.